quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

That Day

   Naquele dia, ela acordou cedo.
   Estava nervosa, sentia um frio na barriga.
   Em poucas horas veria aquele que nos últimos tempos havia se tornado seu porto seguro.
   Não sabia o que iria acontecer, mas queria descobrir.

   Almoçou, saiu de casa.
   Pegou o ônibus, sentou à janela.
   Em sua cabeça mil possibilidades surgiam.
   O nervosismo aumentava a cada metro percorrido.

   Já em seu destino final, mal conseguia falar uma palavra.
   Ele parecia não vir nunca.
   Será que faria como da última vez e não apareceria?
   Ela olhava para todos os lados, procurando-o.

   Então ela o avistou vindo, e sentiu o coração disparar.
   Ele sempre tinha sido assim tão alto?
   O cabelo dele era sempre tão liso?
   Não lembrava mais.

   Começaram a conversar, andaram por algum tempo.
   Por fim sentaram-se.
   Ele continuava a falar e falar.
   O tempo passava rápido demais.

   Então o tempo passava.
   E ele apenas falava.
   Ela começou a preocupar-se.
   Será que ele apenas iria conversar, e nada mais?

   Ela olhou à hora – estava quase.
   Então ela anunciou que em breve teria que ir.
   Ele apenas a fitou por alguns instantes.
   E foi quando aconteceu.
 
   Foi repentino – ela não teve tempo de assimilar o que estava acontecendo.
   Antes que pudesse pensar, ele estava com os lábios nos dela.
   Ela retribuiu com fervor.
   E foi quando percebeu.

   O beijo foi natural, era algo que devia acontecer.
   Para ela, foi como se sua boca se encaixasse perfeitamente na dele.
   Nas outras duas vezes em que se beijaram
   Ela teve a mesma sensação.

   Ela sabia que não era uma declaração
   Ou um pedido de namoro.
   Mas nenhum dos dois podia negar a atração que estava ali presente.
  
   Outra coisa que ela sabia
   É que ainda havia muito para enfrentar se o quisesse só para si.
   Mas naquele único momento, isso não importava.
   Só naquele dia.

   ( Killer Queen ) 

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