Estava nervosa,
sentia um frio na barriga.
Em poucas horas
veria aquele que nos últimos tempos havia se tornado seu porto seguro.
Não sabia o que
iria acontecer, mas queria descobrir.
Almoçou, saiu de
casa.
Pegou o ônibus,
sentou à janela.
Em sua cabeça mil
possibilidades surgiam.
O nervosismo
aumentava a cada metro percorrido.
Já em seu destino
final, mal conseguia falar uma palavra.
Ele parecia não vir
nunca.
Será que faria como
da última vez e não apareceria?
Ela olhava para
todos os lados, procurando-o.
Então ela o avistou
vindo, e sentiu o coração disparar.
Ele sempre tinha
sido assim tão alto?
O cabelo dele era
sempre tão liso?
Não lembrava mais.
Começaram a
conversar, andaram por algum tempo.
Por fim
sentaram-se.
Ele continuava a
falar e falar.
O tempo passava rápido
demais.
Então o tempo
passava.
E ele apenas
falava.
Ela começou a
preocupar-se.
Será que ele apenas
iria conversar, e nada mais?
Ela olhou à hora –
estava quase.
Então ela anunciou
que em breve teria que ir.
Ele apenas a fitou
por alguns instantes.
E foi quando
aconteceu.
Foi repentino – ela
não teve tempo de assimilar o que estava acontecendo.
Antes que pudesse
pensar, ele estava com os lábios nos dela.
Ela retribuiu com
fervor.
E foi quando
percebeu.
O beijo foi
natural, era algo que devia acontecer.
Para ela, foi como
se sua boca se encaixasse perfeitamente na dele.
Nas outras duas
vezes em que se beijaram
Ela teve a mesma
sensação.
Ela sabia que não
era uma declaração
Ou um pedido de
namoro.
Mas nenhum dos dois
podia negar a atração que estava ali presente.
Outra coisa que ela
sabia
É que ainda havia
muito para enfrentar se o quisesse só para si.
Mas naquele único
momento, isso não importava.
Só naquele dia.
( Killer Queen )
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